segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

1º dia: o início da aventura

Prévias

28 de janeiro de 2012.
Abri os olhos tomados pela ansiedade e mal acreditava que naquele dia daria início à aventura no Monte Roraima. Levantei e tomei aquele que seria meu último “banho normal”, e conforme combinado no dia anterior, fui ao encontro do Rowling, na agência, para irmos até a Aduana.

Imaginei que, pela tranquilidade dele, deveria ter algum esquema para não enfrentarmos a espera que meus colegas brasileiros haviam enfrentado no dia anterior. Quando chegamos, por sinal, a fila de pessoas aguardando por um carimbo de entrada já estava configurada em um tamanho considerável, que certamente atrapalharia os planos, caso tivéssemos que cartesianamente segui-la.

Na verdade, quando chegamos, por volta das 7h30, o atendimento não havia nem começado. O tempo avançou, e passados 30 minutos do horário em que deveria ter iniciado (8 horas), nada havia acontecido. Enquanto isso a fila avançava, inclusive com pessoas de outras agências que também já estavam nas prévias de suas respectivas aventuras.

Nesse período também conversei um pouco mais com o Rowling, que me contou exercer o ofício de guia há mais de 20 anos. A Kamadac pertencia a ele e ao Andreas, com quem eu vinha trocando os e-mails antes da viagem, um alemão que mora em Caracas e que no momento estava atuando basicamente na comunicação com interessados em viajar pela agência, em virtude de estar em processo de tratamento de saúde.

Sobre Chávez, Rowling foi categórico ao afirmar que seu governo vinha acabando com o turismo na Venezuela nos últimos anos. Contou-me também sobre suas experiências como guia na Costa Rica, segundo ele um país bastante desenvolvido, inclusive na educação, e onde é possível fazer muitas coisas, com um pouco de desenvoltura e um inglês fluente.

Foi quando apareceu, a atravessar a rua, uma mulher de semblante tranquilo e na faixa dos seus 50 anos, a quem Rowling imediatamente se direcionou. Depois de trocar algumas palavras, seguimos atrás dela e adentramos a porta da repartição – confesso até que com um certo receio de sermos xingados pelo pessoal da fila. Mas, enfim, por incrível que pareça, estavam tão indignados com a situação de espera que sequer repararam em nossa presença.

De toda forma, não demoramos mais que uns cinco minutos no prédio. A mulher nos conduziu a uma sala e retirou de sua mesa o tal carimbo, com o qual marcou meu passaporte. Em seguida anotou meus dados em um livro, e pronto: estava eu quite com a burocracia venezuelana, pronta para iniciar minha aventura.

Antes de ir para a agência, ainda fomos até uma mercearia comprar sacos plásticos para embalar as coisas dentro da mochila. Foi uma orientação que o Rowling havia dado no dia anterior, para proteger ao máximo as coisas em caso de chuva. Comprei então um saco grande para forrar a mochila por dentro e vários sacos pequenos, para proteger a documentação, celular e máquina fotográfica. Meu receio era de que o saco ocupasse mais espaço na mochila e não coubesse tudo, mas com um pouquinho de jeito deu pra apertar.

Na agência já estavam os demais do grupo e os carros que nos levariam até o ponto de partida. Foi o tempo de acertar com o Rowling o passeio para Salto Angel, que faria depois do Monte Roraima, terminar de embalar minhas coisas, pegar um sanduíche em uma lanchonete próxima e em seguida entregar a mochila ao motorista do carro, para que ele a ajeitasse na caçamba.


A caminho do ponto de partida

À Primeira Vista

O carro foi adentrando a estrada de terra, e depois de passarmos por uma paisagem onde sempre avistávamos tepuis – aquelas formações rochosas em formato de mesa, incluindo o próprio Monte Roraima -, logo chegamos a uma pequena aldeia de onde se dá início à caminhada. Lá recebemos o nosso primeiro almoço – um sanduíche de queijo e tomate e um suco – e fizemos os últimos ajustes nas mochilas, os alongamentos necessários, os registros fotográficos.



Também tivemos o primeiro contato com os carregadores que nos acompanhariam durante a viagem, levando nossa alimentação, as barracas e outros utensílios necessários, inclusive o banheiro portátil do qual falarei adiante. Um deles foi um simpático senhor chamado Florêncio, que se destacou durante a viagem por ser o que mais interagia conosco.

É um dos momentos mais emocionantes chegar àquele local, de onde você avista o monte em toda a sua majestade, e se dá conta de que em poucos dias irá vê-lo não apenas como um gigante virtual na tela de um computador, mas poderá sentir-se parte dele, tocando-o, sentindo seus aromas e captando as nuances de sua natureza selvagem.


E feita a foto do grupo, demos início à caminhada!

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