quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Prévias Monte Roraima – deslocamento, agência e hospedagem

Considero como marco inicial da minha viagem a compra da passagem para Boa Vista, no dia 7 de novembro de 2012: ida para o dia 26/12/2012 e retorno no dia 11/12/2013. Como já havia tentado ver se alguns amigos com perfil mais aventureiro topariam ir comigo mas não havia dado certo, já sabia que iria sozinha, então teria que procurar a forma que seria a mais segura e que oferecesse as melhores condições de preço e serviços.

Não é possível fazer a expedição ao Monte Roraima sem guia. Em linhas gerais, as principais opções, que oferecem uma variabilidade quanto ao preço e os serviços, são:

1- contratar uma agência no Brasil ou na Venezuela – no Brasil a única da qual tomei conhecimento que faz o passeio é a Roraima Adventures, mas o valor é bem superior ao das agências venezuelanas.
2- Contratar um guia local, sem intermédio de agências – neste caso é possível contratá-lo junto com carregadores para fazer o serviço completo, de montar as barracas, preparar a alimentação etc, ou somente contratá-lo e levar e preparar tudo, desde as barracas até a alimentação.

Como iria sozinha, nem cogitei outra opção que não fosse contratar uma agência. A questão era apenas pesquisar as mais indicadas nos sites de viajantes, tendo sido minha principal fonte o Mochileiros, onde li alguns relatos e entrei em contato dois viajantes que já haviam ido para lá para pegar algumas dicas.

Inicialmente consultei três agências: a Roraima Adventures, a Adrenaline Expeditions e a Backpackers. Uma coisa que me incomodou muito nas três foi o fato de custarem muito a responder os e-mails e dar informações detalhadas. Aí entrei novamente no Mochileiros e entrei em contato com um rapaz que estava programando a viagem para lá no mesmo período que eu. Ele me indicou a agência que estava contratando, a Kamadac, que segundo ele constava como uma das indicadas no seu guia de viagens.

Entrei em contato com a referida agência e de fato foram bem ágeis nas respostas, o que me passou uma segurança maior. Acabei fechando com a Kamadac o trekking para o Monte de 8 dias, com 3 noites no topo, pelo valor de R$1.030. Como finalizaria no dia 4 de janeiro e ainda tinha alguns dias, queria ainda fazer um passeio e pensei em Salto Angel, que é a mais alta queda d’água do mundo, mas o Andreas, da Kamadac, me informou que seria melhor confirmar a possibilidade do passeio quando já estivesse em Santa Elena, pois como era período de seca o baixo nível de água dos rios talvez não permitisse chegar até lá.

E foi o que eu fiz!!!

Boa Vista – Santa Elena: eu vou de táxi-lotação, eu vou...

Quanto ao deslocamento, ainda precisava definir como chegaria ao ponto de partida para o trekking: a cidade de Santa Elena de Uiarén, na Venezuela. Cheguei a cogitar tentar dividir o táxi com o rapaz do Rio que iria na mesma época que eu, com quem cheguei a entrar novamente em contato, mas não seria possível porque ele já estaria com outros amigos.

Aí, graças à orientação que recebi dos amigos do Couchsurfing que iriam me receber em Boa Vista (sobre os quais falarei em seguida), descobri que na capital roraimense é possível pegar um táxi lotação que leva até Pacaraima, município de Roraima que faz fronteira com a Venezuela, no valor de R$25, e em seguida pegar outro para Santa Elena, no valor de BSF 100, o que, pelo câmbio de R$7.6 da época, dava aproximadamente uns R$13.

No início fiquei um pouco insegura, principalmente por ser mulher e estar sozinha, mas me disseram que os táxis são regulamentados e seguros. Na verdade o valor fica em R$25 por pessoa porque eles esperam lotar o veículo para sair, mas isso não é difícil, pois sempre tem gente indo para Pacaraima, ou para Santa Elena.

Couchsurfing: surfando em sofá macuxi*

Eu havia me cadastrado no Couchsurfing em maio de 2012. Para quem não conhece, trata-se uma rede de relacionamentos que aproxima pessoas que gostam de viajar. O nome “couch surfing”, que em português significa “surfando no sofá” reflete justamente essa ideia, de oferecer aos viajantes a possibilidade de se hospedar (ou, se preferir, surfar no sofá) de pessoas que residam no seu destino de viagem.

Até a viagem para Boa Vista, minhas únicas experiências de interação mediante o Couchsurfing haviam sido um encontro do pessoal de Brasília e algumas tentativas de hospedar alguns viajantes que estavam procurando um sofá na capital federal. No entanto, creio que uma das primeiras dificuldades de quem está entrando no site é justamente a falta de referências, pois geralmente as pessoas contactam para se hospedar pessoas que já têm referências de outros couchsurfers (o que é muito lógico, diga-se de passagem).

Mas um bom ponto positivo para quem ainda é novo e não tem referências é, por exemplo, o Facebook, que pode ser uma boa fonte de consulta para um potencial hóspede ou anfitrião. E foi mesmo graças ao FB que pude transmitir mais informações e maior confiabilidade aos amigos que aceitaram me receber em Boa Vista.

Entrei em contato inicialmente com o couchsurfer Kyury, que me adicionou no FB e me pôs em contato com sua irmã Josi. Eu e ela começamos a conversar pelo chat do Face e aos poucos fomos conquistando a amizade uma da outra. Eu passaria uma noite em Boa Vista antes do passeio na Venezuela, e mais um ou dois dias na volta. Tudo acertado, vamos em frente: preparar a mochila!!!

*Macuxi é uma das etnias indígenas que habitam Roraima, mas não é que eu tenha literalmente me hospedado em uma família macuxi. Foi apenas uma alusão a um dos elementos que integram a grande teia de retalhos culturais que é esse estado.

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