domingo, 20 de janeiro de 2013

Venezuela, aí vou eu!!!

A viagem a Pacaraima, que custou R$25, foi tranquila e até conversei bastante durante parte do trajeto com o motorista, um goiano que havia adotado Roraima como lar há mais de 20 anos. Mas me impressionou muito o mau estado de conservação da estrada, repleta de buracos, os quais só mesmo um motorista experiente teria uma boa habilidade para driblar.


O sol a se despedir na fronteira - Pacaraima-RR


Ao chegar a Pacaraima, após aproximadamente 2 horas e meia, fui direto à Polícia Federal carimbar meu passaporte. Em seguida, troquei R$12 por BSF90 (câmbio a BSF 7,6 para R$1) e peguei o táxi-lotação rumo a Santa Elena, que custou BSF 30.


Ultrapassando a fronteira

A viagem durou uns 20 minutos, e ao chegar fui direto para a agência Kamadac. Fui recebida por um dos seus sócios, Rowling, um homem de meia idade e fisionomia indígena. Ele me explicou que haveria um briefing sobre a viagem às 19h, e me atentou para o fuso diferenciado da Venezuela, onde eu teria que descontar da minha programação cronológica mais meia hora, para além das duas horas já retiradas em Boa Vista. Um fuso imaginário, que existe tão somente em terras venezuelanas, só poderia mesmo ser invenção do Sr. Chávez... hehehe

Para mim não soou nada mal ganhar mais alguns minutos, e como ainda tinha um tempo até a hora do briefing, aproveitei para deixar minhas coisas e tomar um banho no hotel que eu havia pedido à agência para reservar por aquela noite.

Primeira Hospedagem Venezuelana: Hotel Michelle

O Hotel Michelle ficava bem em frente à agência e eu havia visto muitas recomendações no Mochileiros, que ressaltavam bastante o valor. De fato era um hotel bastante barato (o equivalente a R$15 a diária, sem café da manhã), mas sinceramente não curti nem um pouquinho o quarto. Posso até estar exagerando, mas ao abrir a porta me senti dentro da cela de um presídio. O quarto era pequeno e abafado, e a única janela dava para um corredor por onde transitavam outros hóspedes, então não tinha como mantê-la aberta.

A toalha também não me pareceu muito confiável no quesito limpeza, e acabei me enxugando com papel higiênico mesmo. O banheiro até que era limpo, mas qual não foi minha surpresa quando, no meio do banho, a água do chuveiro começou a ficar escassa a ponto de se tornar apenas um fiozinho, com o qual tive que me esforçar para tirar os últimos resquícios de sabão? Afff Maria!!!

Conhecendo os Companheiros de Viagem

Às 19 horas desci para participar do briefing sobre a viagem, na agência. Lá conheci meus colegas de excursão: um animado grupo de oito cariocas (três casais e duas meninas amigas do grupo) e dois alemães que estavam sozinhos como eu. Um deles – o George – já havia morado em Belém (PA) e sabia falar português, é fã de gafieira e mora em Genebra.

Durante o briefing me dei conta de que havia deixado de carimbar meu passaporte na Aduana da Venezuela, ao entrar em Santa Elena. O Rowling me orientou então a chegar mais cedo à agência no dia seguinte (o pessoal chegaria às 9h30, e eu teria que chegar às 7h), pois ele me acompanharia até lá. Os colegas cariocas me contaram que a Aduana venezuelana era extremamente desorganizada, os caras faziam tudo à mão, e que haviam passado aproximadamente 4 horas para ter um simples carimbo de entrada no país. Acabaram me tranquilizando, pois me disseram que haviam chegado bem mais cedo, e pelo horário em que eu passei por lá, provavelmente não teria conseguido o tal carimbo, de qualquer forma.

Feitas as combinações, após um dedo de prosa fui jantar com eles em um restaurante próximo. Lá comecei a me enturmar com o grupo, e como havia uma outra Juliana, que para completar as coincidências também tinha sobrenome Santana, tratamos de achar um apelido diferente do tradicional “Ju” que pudesse nos distinguir. Então me lembrei do meu amigo Rutônio, que costuma me chamar de Nana, por conta da filha dele que também se chama Juliana e que ele apelidou dessa forma, e sugeri ao pessoal, que prontamente aceitou o vocativo. E assim, durante a viagem, eu virei a “Nana”, ou “Ju Nana”.

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